Eleições antecipadas<br> são vitória da luta
As eleições antecipadas são uma oportunidade para um «virar de página» sobre o desencanto deixado por anos e anos de políticas de direita, afirmou Jerónimo de Sousa nos comícios realizados no Seixal e em Alpiarça. Mas para isso, realçou, há que reforçar o PCP e a CDU.
O fim do governo confirma o valor da luta e dos seus resultados
Os militantes do Partido respiram ainda os ares do XVII Congresso, realizado há duas semanas em Almada. Nos comícios realizados, na sexta-feira e no sábado, no Seixal e em Alpiarça, era bem visível o entusiasmo e confiança dos comunistas após um Congresso onde se reafirmaram valores, causas e convicções. Entusiasmo e confiança que se multiplicaram após o anúncio da dissolução da Assembleia da República e da convocação de eleições antecipadas.
Foi neste ambiente que foi recebido, em ambos os comícios, o secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, que teve que interromper por algumas vezes as suas intervenções, entrecortadas por «vivas» ao PCP e por garantias de que a luta é para continuar: estas feitas, em uníssono, pelas muitas centenas de militantes e simpatizantes do Partido que, em ambas as noites, enchiam por completo as salas.
Os comícios tinham sido já marcados antes do Congresso, como forma de dar a conhecer aos militantes, aos trabalhadores e à população em geral, as suas conclusões e orientações. Mas a decisão do Presidente da República alterou a natureza das iniciativas, que passaram a assumir também uma vertente eleitoral.
Valeu e vale a pena lutar
A derrota do Governo de direita e da maioria parlamentar que o sustenta «constitui uma importante vitória de todos quantos corajosamente lutaram, resistiram e se opuseram à acção dos governos de maioria PSD-PP, dos que não se resignaram», afirmou Jerónimo de Sousa em ambas as noites. O fim prematuro do governo confirma o «valor da luta e dos seus resultados» e representa uma concludente prova do fracasso e da impossibilidade de as políticas de direita darem resposta aos problemas do povo e do País, destacou o secretário-geral comunista.
Reagindo à mensagem do Presidente da República, que referiu contradições e descoordenações no seio do Governo para justificar a sua decisão, Jerónimo de Sousa reconheceu que estas situações ocorreram, mas recusa encará-las como questões centrais. «Para nós a questão não está aí», assinalou Jerónimo de Sousa. «É tempo de verificar e de aprender, de constituir lição e ensinamento, que a política de direita que já dura há 28 anos não tem futuro no nosso País. »
Considerando as eleições antecipadas como uma oportunidade para um «abrir de esperança e para um virar de página sobre o continuado rasto de desencanto, dificuldades e desigualdades que anos sucessivos de política de direita têm deixado no País», Jerónimo de Sousa acrescentou: Elas são «inseparáveis da contribuição decisiva que a luta e a resistência contra a política do Governo deram para o seu descrédito e isolamento e inseparáveis de se ter mantido esse objectivo não apenas como perspectiva e necessidade mas também como possibilidade real».
«Nós dissemos muitas vezes que quando se luta nem sempre se ganha mas que quando não se luta perde-se sempre. A vida provou que valeu a pena continuar a lutar.»
Levar a luta ao voto
Realçando as lutas de imensos sectores – trabalhadores, estudantes, reformados, mulheres –, Jerónimo de Sousa reafirmou que estas lutas jogaram um importante papel na derrota do Governo. Para o secretário-geral do PCP, a actual situação política testemunha o papel central que a «intervenção combativa das massas pode desempenhar na evolução e condicionamento da vida política».
Tal como esteve nas mãos dos trabalhadores e do povo o firme combate contra o Governo e a sua política, está também nas suas mãos «conquistar uma nova política ao serviço dos trabalhadores e dos seus direitos, do povo e das suas aspirações, do País e das suas perspectivas de desenvolvimento justo e equilibrado». Isto será possível, afirmou, confiando o voto aos que «estiveram ao seu lado na luta», o PCP e a CDU.
Mais do mesmo, não!
As próximas eleições devem corresponder «não apenas à derrota de um governo, mas sim à conquista de uma efectiva política alternativa e à definitiva derrota das políticas de direita», afirmou Jerónimo de Sousa nos comícios do Seixal e de Alpiarça. Assim, para além do reforço eleitoral do PCP e da CDU, o secretário-geral comunista destacou a importância de os trabalhadores condenarem, pelo voto, os que, «de um ou outro modo, se têm assumido como protagonistas da política de direita». Há que castigar, acentuou, os que se desdobram em promessas em tempos de campanha eleitoral e que, uma vez no governo, se esquecem das promessas e representam a «sobrevivência da política de direita e das suas consequências».
O secretário-geral, considerando irremediável o descrédito político e social do PSD e do PP, «já testemunhado na derrota eleitoral de Junho passado, e a sua inevitável derrota nas próximas eleições» afirmou que é o reforço do PCP e da CDU que pode contribuir para evitar «mais uma nova e decepcionante repetição de soluções de alternância entre PS e PSD sem que a ela corresponda qualquer alteração de fundo nas opções políticas dominantes».
Jerónimo de Sousa alertou para as «prováveis manobras com vista à dramatização e bipolarização eleitorais», que têm como objectivo «favorecer projectos e ambições hegemónicas do PS e procurar garantir a sobrevivência de eixos essenciais das suas políticas nos últimos anos». Para o dirigente comunista, são preocupantes os sinais de vinculação do PS com a política de direita, quer através de declarações de dirigentes quer pelo «regresso ao primeiro plano da concepção do seu programa eleitoral de conhecidas figuras identificadas com um passado recente de privatizações, de políticas orçamentais restritivas, e de favorecimento ao grande capital financeiro». O secretário-geral do PCP afirmou ser o momento para, com toda a clareza, se conhecer as intenções do PS.
Se da direita não se pode exigir que pratique outra política, Jerónimo de Sousa já não diz o mesmo do PS. «É contraditório, para não dizer inaceitável, que um partido que se proclama de esquerda queira, no essencial, prosseguir e concretizar uma política de direita», destacou o secretário-geral.
«O nosso compromisso é com os trabalhadores»
O secretário-geral do PCP afastou, nos comícios, a ideia de que o PCP não tem vocação para participar em governos. Pelo contrário, para Jerónimo de Sousa, o PCP é um partido que «não abdica de participar num governo de esquerda, num governo democrático». E realça a existência, no Partido, de um vasto conjunto de quadros de várias áreas, capazes de assegurar tal governação.
Mas, para o PCP, o que conta são as políticas. Jerónimo de Sousa manifestou a indisponibilidade dos comunistas para, a troco de alguns lugares num governo, dar cobertura à política de direita. «O nosso primeiro compromisso não é com o Partido Socialista. O nosso primeiro e grande compromisso é com os trabalhadores e com o povo português», reafirmou.
Jerónimo de Sousa manifestou a sua confiança em que «todos quantos ao seu lado lutaram contra os governos do PSD-PP façam agora justiça de reconhecer o destacado papel do PCP na denúncia e combate às prepotências e odiosos retrocessos praticados por aqueles governos», bem como na validade das suas propostas.
O secretário-geral comunista apelou aos trabalhadores e a todos os sectores afectados pela política de direita para que «votem útil». Votem útil, votando na CDU, com total garantia de que o «seu voto vai ser respeitado na Assembleia da República».
Foi neste ambiente que foi recebido, em ambos os comícios, o secretário-geral do Partido, Jerónimo de Sousa, que teve que interromper por algumas vezes as suas intervenções, entrecortadas por «vivas» ao PCP e por garantias de que a luta é para continuar: estas feitas, em uníssono, pelas muitas centenas de militantes e simpatizantes do Partido que, em ambas as noites, enchiam por completo as salas.
Os comícios tinham sido já marcados antes do Congresso, como forma de dar a conhecer aos militantes, aos trabalhadores e à população em geral, as suas conclusões e orientações. Mas a decisão do Presidente da República alterou a natureza das iniciativas, que passaram a assumir também uma vertente eleitoral.
Valeu e vale a pena lutar
A derrota do Governo de direita e da maioria parlamentar que o sustenta «constitui uma importante vitória de todos quantos corajosamente lutaram, resistiram e se opuseram à acção dos governos de maioria PSD-PP, dos que não se resignaram», afirmou Jerónimo de Sousa em ambas as noites. O fim prematuro do governo confirma o «valor da luta e dos seus resultados» e representa uma concludente prova do fracasso e da impossibilidade de as políticas de direita darem resposta aos problemas do povo e do País, destacou o secretário-geral comunista.
Reagindo à mensagem do Presidente da República, que referiu contradições e descoordenações no seio do Governo para justificar a sua decisão, Jerónimo de Sousa reconheceu que estas situações ocorreram, mas recusa encará-las como questões centrais. «Para nós a questão não está aí», assinalou Jerónimo de Sousa. «É tempo de verificar e de aprender, de constituir lição e ensinamento, que a política de direita que já dura há 28 anos não tem futuro no nosso País. »
Considerando as eleições antecipadas como uma oportunidade para um «abrir de esperança e para um virar de página sobre o continuado rasto de desencanto, dificuldades e desigualdades que anos sucessivos de política de direita têm deixado no País», Jerónimo de Sousa acrescentou: Elas são «inseparáveis da contribuição decisiva que a luta e a resistência contra a política do Governo deram para o seu descrédito e isolamento e inseparáveis de se ter mantido esse objectivo não apenas como perspectiva e necessidade mas também como possibilidade real».
«Nós dissemos muitas vezes que quando se luta nem sempre se ganha mas que quando não se luta perde-se sempre. A vida provou que valeu a pena continuar a lutar.»
Levar a luta ao voto
Realçando as lutas de imensos sectores – trabalhadores, estudantes, reformados, mulheres –, Jerónimo de Sousa reafirmou que estas lutas jogaram um importante papel na derrota do Governo. Para o secretário-geral do PCP, a actual situação política testemunha o papel central que a «intervenção combativa das massas pode desempenhar na evolução e condicionamento da vida política».
Tal como esteve nas mãos dos trabalhadores e do povo o firme combate contra o Governo e a sua política, está também nas suas mãos «conquistar uma nova política ao serviço dos trabalhadores e dos seus direitos, do povo e das suas aspirações, do País e das suas perspectivas de desenvolvimento justo e equilibrado». Isto será possível, afirmou, confiando o voto aos que «estiveram ao seu lado na luta», o PCP e a CDU.
Mais do mesmo, não!
As próximas eleições devem corresponder «não apenas à derrota de um governo, mas sim à conquista de uma efectiva política alternativa e à definitiva derrota das políticas de direita», afirmou Jerónimo de Sousa nos comícios do Seixal e de Alpiarça. Assim, para além do reforço eleitoral do PCP e da CDU, o secretário-geral comunista destacou a importância de os trabalhadores condenarem, pelo voto, os que, «de um ou outro modo, se têm assumido como protagonistas da política de direita». Há que castigar, acentuou, os que se desdobram em promessas em tempos de campanha eleitoral e que, uma vez no governo, se esquecem das promessas e representam a «sobrevivência da política de direita e das suas consequências».
O secretário-geral, considerando irremediável o descrédito político e social do PSD e do PP, «já testemunhado na derrota eleitoral de Junho passado, e a sua inevitável derrota nas próximas eleições» afirmou que é o reforço do PCP e da CDU que pode contribuir para evitar «mais uma nova e decepcionante repetição de soluções de alternância entre PS e PSD sem que a ela corresponda qualquer alteração de fundo nas opções políticas dominantes».
Jerónimo de Sousa alertou para as «prováveis manobras com vista à dramatização e bipolarização eleitorais», que têm como objectivo «favorecer projectos e ambições hegemónicas do PS e procurar garantir a sobrevivência de eixos essenciais das suas políticas nos últimos anos». Para o dirigente comunista, são preocupantes os sinais de vinculação do PS com a política de direita, quer através de declarações de dirigentes quer pelo «regresso ao primeiro plano da concepção do seu programa eleitoral de conhecidas figuras identificadas com um passado recente de privatizações, de políticas orçamentais restritivas, e de favorecimento ao grande capital financeiro». O secretário-geral do PCP afirmou ser o momento para, com toda a clareza, se conhecer as intenções do PS.
Se da direita não se pode exigir que pratique outra política, Jerónimo de Sousa já não diz o mesmo do PS. «É contraditório, para não dizer inaceitável, que um partido que se proclama de esquerda queira, no essencial, prosseguir e concretizar uma política de direita», destacou o secretário-geral.
«O nosso compromisso é com os trabalhadores»
O secretário-geral do PCP afastou, nos comícios, a ideia de que o PCP não tem vocação para participar em governos. Pelo contrário, para Jerónimo de Sousa, o PCP é um partido que «não abdica de participar num governo de esquerda, num governo democrático». E realça a existência, no Partido, de um vasto conjunto de quadros de várias áreas, capazes de assegurar tal governação.
Mas, para o PCP, o que conta são as políticas. Jerónimo de Sousa manifestou a indisponibilidade dos comunistas para, a troco de alguns lugares num governo, dar cobertura à política de direita. «O nosso primeiro compromisso não é com o Partido Socialista. O nosso primeiro e grande compromisso é com os trabalhadores e com o povo português», reafirmou.
Jerónimo de Sousa manifestou a sua confiança em que «todos quantos ao seu lado lutaram contra os governos do PSD-PP façam agora justiça de reconhecer o destacado papel do PCP na denúncia e combate às prepotências e odiosos retrocessos praticados por aqueles governos», bem como na validade das suas propostas.
O secretário-geral comunista apelou aos trabalhadores e a todos os sectores afectados pela política de direita para que «votem útil». Votem útil, votando na CDU, com total garantia de que o «seu voto vai ser respeitado na Assembleia da República».